sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Gaúcho, da Linha Palmeira














1957. Em 4 de outubro daquele ano, os olhares do mundo se voltaram à antiga União Soviética, que lançava uma esfera de aproximadamente 50 centímetros ao espaço. O Sputnik foi o primeiro satélite artificial da Terra e não tinha nenhuma função, a não ser transmitir um sinal de rádio, um “beep”, que podia ser sintonizado por qualquer rádio-amador.
Alheios a notícias desta natureza, e bem longe da tecnologia que despontava, em meados daquele ano, um grupo de amigos se reunia aos finais de tarde na localidade de Linha Palmeira para dar atenção a outra esfera: uma bola de futebol. A modalidade começava a se expandir pelo interior do município e com o objetivo de enfrentar equipes de outras localidades, os irmãos Alduíno, Sílvio, Pio e Epaminondas Pinto Porto, resolveram fundar o Esporte Clube Gaúcho, de Linha Palmeira.
José Carlos Braga, o Zezinho, na época residia na localidade e jogava como centroavante da equipe. É ele quem conta sobre o primeiro jogo da agremiação, que tinha como cores o azul, preto e branco. “Foi contra o Botucaraí, na Vila Botucaraí. Realizamos aquele amistoso e fomos derrotados por 7x0”, recorda-se. No final de semana seguinte, Zezinho conta que a equipe propôs a revanche, que foi disputada no campo do Gaúcho, situado na propriedade de Erwino Diehl. “Reforçamos a equipe com três jogadores de Cachoeira e derrotamos eles por 3x1”. Nos anos 50 e 60, não existia Campeonato Municipal. Zezinho salientou que a agremiação disputava amistosos e torneios de futebol de campo aos finais de semana, vindo a conquistar aproximadamente 30 taças, oriundas dos torneios. Um dos mais marcantes, vencido pelo Gaúcho, foi organizado pelo time do Sarrazani, do Faxinal dos Porto, que contou com a participação de aproximadamente 27 equipes e foi disputado em um domingo. “Naquele torneio vencemos 10 partidas nos pênaltis e fomos campeões”. O destaque do torneio foi o meia-esquerda do Gaúcho, José Carlos Porto, que em 30 chutes, acertou 29 cobranças de pênaltis.

CLÁSSICOS – Os grandes rivais do Gaúcho sempre foram o Botucaraí e o Independente, do Bom Retiro. O cabeleireiro Darci Paz, ex-lateral esquerdo do tricolor da Palmeira, conta que os duelos mais acirrados eram com a equipe do Bom Retiro. “Existia uma rivalidade muito forte entre os dois times e os jogos eram bem equilibrados”, conta. Em 1972, a equipe de Linha Palmeira disputou o seu único Campeonato Municipal, sendo desclassificada na última rodada pela agremiação do Bom Retiro, após um empate em 2x2 na Linha Palmeira. Naquele ano, o Independente fez a final do certame com o Tabacos, do Passa Sete, que sagrou-se campeão ao derrotar a equipe do Bom Retiro na decisão por 3x1, em partida única disputada no Estádio Darcy Martin. A agremiação de Linha Palmeira acabou sendo desativada em 1973. “Naquela época se jogava futebol com amor. Sinto saudades daquele time pela amizade e o companheirismo que tínhamos”, disse Darci. Fizeram parte do Gaúcho, os seguintes membros e atletas: Alduino Pinto Porto (1º presidente), Silvio Pinto Porto, Pio Pinto Porto, Epaminondas Pinto Porto, Elemar Porto, René Porto, Celso Roque Porto, Joaquim Porto, José Carlos Porto, José Carlos Braga (Zezinho), Omar Braga, Osmar Braga, Gricéri Porto Silva, Alberto Dorneles, Darci Paz, Diuverci Dorneles, Arlindo Jung, Enio Jung, Armindo Silzes, Ere Ellwanger, Lori Ellwanger, Ládio Landskrow, Danilo Rebhein, Ortunho da Silva, Otomar Wollmann, Livino Wollmann, Bercino Seberino, Alcides Seberino, Betinho Garske, Paulo Ritzel, Luis Ritzel, Danilo Landskrow, entre outros. Armando Deza foi o primeiro técnico da equipe.

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