segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Paladino, Passa Sete





Fazer novas amizades. Foi com este objetivo que três amigos tiveram a idéia de formar um time de futebol para oportunizar momentos de lazer aos praticantes e seus familiares. É assim que, em 1975, começa a trajetória da Sociedade Esportiva Paladino, na localidade de Vila Passa Sete. O policial militar aposentado Derli Silveira, hoje com 52 anos, foi um dos fundadores da agremiação. Ele conta que a idéia da nova equipe surgiu depois que ele e o amigo, Heitor Cândido, se desligarem da equipe de futebol Ferro Frio, do Passa Sete, por discordarem de algumas idéias de outros membros daquela equipe. “Saímos do Ferro Frio e como gostávamos do futebol, resolvemos criar este time”, conta. Heitor, Derli e Valdir Polly então fundaram o novo time, que passou a se chamar Sociedade Esportiva Paladino. Com a equipe formada, Derli relata que o nome Paladino surgiu através de uma sugestão de Heitor, que teria visto o nome do jornal Paladino Serrano, de Sobradinho, (a atual Gazeta da Serra). O campo da equipe ficava na propriedade de Adão Polly, na localidade de Passa Sete, próximo à bomba adutora da Corsan. Já as cores foram definidas em preto e branco, com as camisetas listradas, em homenagem ao Atlético Mineiro, que em 1971 havia conquistado o primeiro campeonato brasileiro da história.
AMISTOSOS – O Paladino contou com os seguintes jogadores: Ernani Gass, Telmo Grehs, Mauro Polly, Toninho, Valério Ritzel (Manico), Gilvan Moura, Roni Beskow, Dagoberto, Lauri, Derli Silveira, Valmor Ritzel, Valteron Flôres, Aurildo Kasburg, Dóia, Ênio Rohde, Décio Pereira, entre outros. Heitor Cândido era o técnico da equipe. O lateral direito do time na época, o empresário Gilvan Moura, hoje com 52 anos, lembra que o Paladino foi a primeira equipe que solicitou o serviço de transporte da empresa Moura, que na época começava suas atividades em Candelária. “Quando jogávamos fora, o ônibus estava sempre lotado, pois a mulheres e namoradas sempre acompanhavam os jogadores. Naquela época, fazer futebol era o lazer do fim de semana para muitas famílias”, diz. O Paladino disputava somente amistosos, enfrentando equipes como o Primavera (Linha Alta), Baier (Linha do Rio), Bom Sucesso (Alto Passa Sete), Ouro Fino (Alto da Légua), Tiradentes (Costa do Rio), Coqueirinho e Flor da Serra (Picada Karnopp), Cerâmica (Linha Bernardino), Sempre Amigos e Gama (Linha Brasil), Sarrazani (Faxinal dos Porto), Nacional (Capão Claro), São João (Picada Escura) entre outros. O cabeleireiro Mauro Polly, atualmente com 46 anos, conta que para a disputa dos amistosos, a equipe do Paladino pagava uma caução, chamada de garantia, para a equipe visitante no dia do jogo em sua praça de esportes. Quando o Paladino fosse retribuir a visita para a referida equipe, o dinheiro era devolvido. “Era uma prática comum da época e todas as equipes sempre respeitavam”, diz. Silveira e Polly falam de um amistoso que a equipe realizava no Passa Sete contra uma agremiação de Santa Cruz do Sul. Segundo Polly, fazia muito calor e como o rio ficava situado próximo ao campo, após a partida dos reservas, os jogadores do quadro B da equipe de Santa Cruz foram se banhar no rio. Um dos atletas da equipe caiu num poço fundo e morreu no local, vítima de afogamento. “ Na época, o rio Pardo era diferente, tinha mais profundidade e infelizmente acabou acontecendo aquela fatalidade”, conta Derli.
AMOR À CAMISA - Derli Silveira também recorda de um poste de telefonia colocado próximo ao campo da equipe do Passa Sete. “O pessoal não ia para o lado do poste com medo dos fios da rede elétrica”. Alguns anos depois, a empresa de telefonia da época mudou o local do poste. A equipe do Paladino não chegou a disputar os campeonatos municipais. “O campeonato tinha muitos gastos e equipes como Tabacos e Olarias sempre chegavam nas cabeças. Decidimos jogar apenas os amistosos para se divertir e dar risada”, conta.
A equipe do Passa Sete durou aproximadamente 10 anos, terminando em 1985. Sobre a equipe, Polly relata que o futebol era a principal opção de lazer da época. “Naquele tempo, o futebol era o que unia a gurizada. Hoje vejo que os jovens se acomodaram. Eles preferem ir a uma festa e não querem ter compromisso com o futebol”, avalia. Gilvan Moura frisa que hoje não existe mais aquele amor à camisa como antigamente. “Naquela época nós pagávamos para jogar, às vezes saíamos pela manhã e caminhávamos a pé pelos matos para chegar aos jogos. Hoje, se tu não buscar em casa e pagar algum valor, tu não consegue ter 11 para colocar em campo”, diz.
Derli lembra com saudosismo dos momentos de alegria vividos na época do Paladino. “O time me proporcionou fazer muitas amizades que mantenho até hoje. Era muito bonito de ver a confraternização que existia entre os times, pela maneira que as pessoas faziam o futebol. Um tempo bom que deixa saudades”, finaliza.
O time
O time do Paladino que ilustra a foto principal é formado por Heitor Cândido, Valteron Flores, Telmo Grehs, Roni Beskow, Gilvan Moura, Manico e Toninho. Agachados: Dagoberto, Derli da Silveira, Ernane Gass, Mauro Polly e Larri.

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