segunda-feira, 30 de novembro de 2009

São Bento, Passa Sete




Meados da década de 40. A segunda guerra mundial assustava a população mundial, principalmente em 1945 após as explosões das bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, ambas no Japão, matando milhares de pessoas. Nesta década também foi criado o primeiro computador, assim como o primeiro helicóptero e o primeiro transístor. Foram também estabelecidos a ONU, a OTAN, o FMI e o Banco Mundial e também teve início o Plano Marshall, de recuperação econômica da europa pós-guerra.
Em meados de 1947, em meio à turbulência do pós-guerra, surgia na localidade de Linha do Rio, a equipe de futebol do Esporte Clube São Bento. O aposentado Utalcino Brixner, um apaixonado por futebol, foi o fundador da equipe que surgiu em sua propriedade. Segundo “Seu Cino”, como é chamado pelos amigos, o time surgiu devido a união de vários jogadores da região que se reuniam para jogar futebol aos finais de tarde na localidade. Nos primeiros 20 anos, a equipe disputava amistosos e torneios. Nesta época, o time, comandado por “Seu Cino” possuia os seguintes jogadores: Loreno Scherer, Almiro Rutsatz, Liro Goelzer, Bruno Goelzer, Ari Beise, Ero Faber, Arnaldo Beise, Artêmio Brixner, Eldo Faber, Orlando Scherer, René Wegner e Nelson Beise. Como destaque, o treinador lembra do zagueiro Almiro Rutsatz, mais conhecido por Melado. “O Melado era um zagueiro completo, sabia jogar. Não existia na época um zagueiro assim no Brasil”, conta. Outro destaque mencionado por Cino era o centroavante Eldo Faber. “O Eldo era um dos melhores centroavantes que teve na época. Ele era técnico e sabia usar a malandragem para fazer gols”.

CLÁSSICO – Em 1967, o campo do São Bento passou para a propriedade de Lauro Canísio, na localidade de Passa Sete. O time seguiu realizando amistosos, mas sem o comando de “Seu Cino”, que acabou se afastando da equipe. Em 1974, o São Bento disputou o seu único Campeonato Municipal e contou com a volta do fundador para treinar novamente a equipe. Cino salientou que aquele certame foi disputado em pontos corridos, onde os dois melhores times disputaram a final. Na decisão, o São Bento enfrentou o Tabacos, do Passa Sete, no clássico da localidade, em duas partidas disputadas no Estádio Darcy Martin. No primeiro jogo, as duas equipes empataram em 1x1. Seu Cino lembra que neste jogo, o árbitro anulou um gol legal da sua equipe e terminou a partida antes do previsto por falta de luz natural. “Contesto até hoje o gol que o árbitro anulou. Certamente poderiamos ter jogado com a vantagem do empate no segundo jogo”, recorda-se. Na derradeira partida, as duas equipes voltaram a empatar em 1x1, decidindo o certame nos pênaltis. Nas cobranças, o Tabacos conquistou o bi-campeonato municipal ao vencer o rival por 4x1.

PELÉ E GARRICHA - A equipe preta e branca do Passa Sete, vice-campeã municipal em 74, foi composta com os seguintes jogadores: Roni Krug, Ivo Schmachtenberg, Darzon Backes, Selvino Karnopp e Niro Nicareta; Chiquinho, Ery Mattana, Coquinho e Pelé; Beno Borba e Onélio Moura (Garrincha). Entre os destaques da equipe estavam o ponteiro Garrincha e o meia Pelé. “Era fatal. O Garrincha cruzava para o Pelé, que era ligeiro, se livrava da marcação e marcava os gols. Era um meia forte que não tinha medo de tomar pancada dos zagueiros”, conta. O São Bento continuou jogando amistosos até meados de 1977, quando interrompeu sua trajetória. Após o São Bento, “Seu Cino” voltou a fazer futebol alguns anos depois em sua pripriedade, quando fundou o Atlético, de Linha do Rio. A equipe disputou jogos amistosos na primeira sede do São Bento durante dois anos, vindo a terminar no início dos anos 80.

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