segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cruzeiro, Cidade






Com o término do Guarani, alguns meses depois - através de uma iniciativa do deficiente físico Chico Mesquita - foi fundada a equipe do Grêmio Esportivo Cruzeiro, da cidade. O ano era 1963. De acordo com o aposentando Tabajara Wernz, o Cruzeiro foi uma dissidência do Guarani, já que alguns jogadores passaram a defender as cores do Cruzeiro. Sobre o fundador, presidente e patrono da equipe, Chico Mesquita, Tabajara comenta que era um apaixonado pelo futebol, apesar da deficiência. "Todos tinham um respeito enorme pelo Chico, que mesmo sem poder caminhar, era muito dedicado em organizar o futebol", diz. O time contava, na época, com os jogadores que faziam parte do segundo quadro do Juventude. "O Cruzeiro era um time imbatível, que possuía grandes jogadores", lembra Tabajara. A agremiação mandava os seus jogos no estádio Darcy Martin e era formada por Bugrinho, Beto Oliveira, Mesquita, Pelego, Adroaldo, Maneco, Rubem Schneider, Maurício Oliveira, Gilberto Schünke, Maurilio Moraes, Nei Costa, Cenatiel, Arno Weirich, Tabajara Wernz, Ari Filter, Ery Matana, Chico Matana, entre outros.
PEDRADAS - Chico e Tabajara recordam de um amistoso que o Cruzeiro disputou contra o Estrela, na localidade de Picada Pfeifer. "O campo deles era uma ladeira e no segundo tempo nós jogamos de cima para baixo. O Pelego cobrou o tiro de meta, mas a bola foi tão forte, que estourou no travessão. No rebote, o Maurilio Moraes apareceu na área e fez o gol de cabeça. Vencemos aquele jogo por 1x0". Depois da partida, prosseguem, os jogadores do Cruzeiro estavam dentro do caminhão e tiveram que sair da localidade a pedradas, desferidas pelos torcedores do Estrela. "Eles nunca tinham perdido no campo deles e não engoliram aquela derrota. Na saída, fomos apedrejados pela torcida", lembra. Já em torneios, o azul e branco conquistou mais de 40 taças no período. "Como não existia campeonatos, todo o fim de semana eram disputados os torneios com a participação de mais de 20 times", diz Tabajara. A equipe do Cruzeiro existiu até meados de 1965, quando o fundador teve que largar o futebol e os demais atletas passaram a se dedicar exclusivamete ao Juventude na disputa do estadual amador. Comparando o futebol de hoje com o daquela época, Tabajara comenta que não se faz futebol como antes porque ninguém quer organizar. "Hoje está mais fácil de fazer futebol, pois tem mais dinheiro, estrutura e bons jogadores. O que falta são as pessoas certas para organizar um bom time", finaliza.

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