terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ouro Preto, Pinheiro













Quem já não ouviu falar de Ouro Preto? Uma cidade mineira, denominada em 1698 de Vila Rica. Em 1720, foi escolhida como a capital da província de Minas Gerais e em 1823, após a Independência do Brasil, passou a ser designada como a cidade imperial de Ouro Preto, chegando a ser a capital do Estado de Minas Gerais até 1897. Também foi referência nacional na extração de ouro e minério no período pré-colonial e imperial. Atualmente, possui uma população de 70 mil habitantes, é famosa por sua arquitetura colonial, rodeada de belas igrejas e prédios históricos, construídos nos áureos tempos. Em 1980, foi a primeira cidade brasileira escolhida pela UNESCO como patrimônio histórico e cultural da humanidade.
Na localidade do Pinheiro, interior de Candelária, um time de futebol recebeu esta denominação em 1974. Conforme os irmãos Mauro, Lauri e José Luis Glashorester, a ideia de formar uma equipe para unir os amigos partiu de Mauro. A iniciativa foi apoiada pelo seu pai, Utalcino Gomes Glashorester, que cedeu um espaço em sua propriedade para construção do campo. Foi ele também quem comprou o primeiro terno de camisetas, nas cores amarelo e preto. Por votação, os integrantes escolheram o nome de Ouro Preto. Lauri lembra que o primeiro jogo oficial do time foi contra o Marabá, do Rincão dos Bois. O ex-jogador conta ainda um fato curioso daquela partida. "O goleiro do Marabá havia feito uma defesa e segurado a bola firme. Depois, o Morcego, que era nosso atacante, estava na frente do goleiro, que largou a bola nos seus pés. Com isso, ele fez o gol. Alegando lance irregular, os jogadores do Marabá cercaram o árbitro Bida Coimbra, que mesmo com a pressão, validou o gol", diz. Uma das primeiras formações contou com Clementino, Mauro, José Luis, Sadi e Edemar. Lauri, Hélio, Amauri e Airton. Ilo e Morcego. Jogaram ainda Ademar, Aramis, Jair Ponciano (Negrão), entre outros. Os primeiros amistosos foram contra Marabá, Mauá (Rincão dos Bois), Pedras Brancas, Boa Esperança (Rincão do Taquarussú), Independência (Bom Retiro), Coxilha Verde, União, entre outros.
Os irmãos recordam de outro fato curioso envolvendo Jair Ponciano, o popular Negrão. Segundo Lauri, Negrão era zagueiro, mas sempre jogava de boné. Porém, durante um jogo com o União, no Bexiga, o árbitro da partida, que era policial militar, não o autorizou a jogar de boné. "Diante da proibição, o Negrão frisou que se ele não pudesse jogar de boné, nunca mais jogaria futebol. O Mauro foi pedir para ele tirar o boné, mas saiu de campo e nunca mais voltou a praticar o futebol", afirma.

ASSOCIAÇÃO - Em 1986, o Ouro Preto fez uma fusão com o Pinheiro e fundou apenas um time na localidade, o qual foi chamado de Associação Pinheiro. José Luis comenta que a Associação tinha cerca de 40 sócios que pagavam mensalidade para manter o time. Durante dois anos, a equipe fez amistosos e utilizou os dois campos realizando um, toda semana, como praça esportiva. No período, conquistou o campeonato de campo de 1987 ao derrotar o Boa Vista, do Capão do Valo. Depois da conquista, o acordo foi desfeito e o Ouro Preto voltou a ativa.

Os clássicos com o Pinheiro
Segundo o atual presidente do Ouro Preto, Alceu Glashorester, com o término da associação, o time não tinha condições de reiniciar suas atividades. Ele diz que por intermédio de Alcebíades Coimbra, que patrocinou um terno de camisetas, o grupo voltou a disputar amistosos naquele período. Com o fim da Associação, surgiu o clássico entre Pinheiro e Ouro Preto na localidade. Na volta do jalde-negro foram disputados dois amistosos contra o Pinheiro, que foram vencidos pelo verde e branco. "Aquelas foram duas grandes partidas, disputadas na bola", conta. Em 1998, na inauguração do novo campo do Ouro Preto, já na propriedade de Alceu Glashorester, disputa novamente com o Pinheiro e vitória para o Ouro Preto. Em jogos oficiais, as equipes se enfrentam desde o municipal de 99, somando oito confrontos. Desde então, o Ouro Preto venceu seis clássicos titulares e três nos reservas. Os últimos dois aconteceram nas semifinais do municipal de 2008, disputadas no estádio Darcy Martin, com o Ouro Preto vencendo os dois jogos nos titulares e nos reservas.

A sina do vice
O Pinheiro passou a disputar vários campeonatos nos anos 90. Na categoria titulares, obteve o troféu disciplina no municipal de campo de 1991. Em 94, o Ouro Preto foi vice-campeão da Copa Antártica ao ser derrotado pelo Canarinho, da Linha Facão, e da Copa da Amizade, ao perder a final para o Quilombo. No ano seguinte, o Pinheiro também foi vice-campeão do campeonato do campo ao perder a final para o Boa Vista, do Capão do Valo.
Em municipais, o Ouro Preto disputou as semifinais nos anos de 1999 e 2000, quando foi eliminado, respectivamente, por Ouro Verde e Minuano. Em 2006, o Pinheiro caiu para a segunda fase, ao ser novamente eliminado pelo Ouro Verde. Nos certames de 2007 e 2008, o Ouro Preto chegou às finais. Na primeira, em 2007, contra o União, o presidente destaca que foi a derrota mais dolorosa ao longo dos mais de 30 anos de história do time. "Na final com o União nós já havíamos vencido o primeiro jogo e estávamos vencendo o segundo por 2x0. Tomar a virada e perder aquele título, mesmo com dois jogadores a mais, é inacreditável, mas aconteceu. Aquela derrota me dói até hoje", confessa. Em 2008, o time teve a oportunidade de conquistar o título novamente, mas perdeu na final para o Ouro Verde, da Linha Bernardino.

Títulos vieram no segundinho
Já o segundinho obteve as principais conquistas do time. Em 94, conquistou a Copa da Amizade nos reservas ao vencer o Boa Vista. No campeonato de campo, o time B foi o campeão na competição por pontos corridos, que contou com a participação de cinco equipes (Pinheiro, Boa Vista, Ouro Preto, Coxilha Verde - Rincão do Taquarussú e Canarinho - Rincão da Lagoa). Em 2008, os reservas conquistaram o título de maior expressão ao sagrarem-se campeões municipais dos reservas depois de derrotarem o Gaúcho, da Linha Travessão, nos pênaltis. O time campeão foi formado com Diego, Rodrigo, Joel, Dionatan e Julio. Joelson, Alex, Daniel e Adriano. Rogério e Fernando. Jogaram ainda Alceu e Ricardo. Técnico Joel.

Titulares conquistam municipais de campo e sete

Em 2010, o Ouro Preto quebrou a sina dos vice-campeonatos e conquistou pela primeira vez na história o título de campeão municipal de futebol de campo ao derrotar na final a equipe do Ouro Verde, da Linha Bernardino. Após empate no primeiro jogo em 0x0, a equipe do campo foi superior e conquistou o título ao vencer o segundo jogo por 2x0, gols de Lauri e Rafael. Em maio de 2011, o Ouro Preto também sagrou-se campeão municipal de futebol sete ao derrotar o rival Pinheiro na decisão dos titulares. No primeiro jogo, empate em 1x1, gols de Rafael para o Ouro Preto e Matias para o Pinheiro. No segundo jogo, o Ouro Preto venceu por 3x1, gols de Diego Freitas (2) e Gerson. Matias marcou para o Pinheiro. O time campeão do sete foi formado com Marcelo, Gerson, Alex, João Paulo, Diego Fonte, Rafael e Diego Freitas. Também participaram Geovane, Adriano, Julio, Adiel, Joel, Diego Carvalho, Guilherme e Rogério. Marcelo foi o goleiro menos vazado e Diego Freitas foi o goleador da categoria com 13 gols. Nos reservas, Rogério foi o goleador com 14 gols e nos veteranos, o presidente Alceu Glashorester foi o goleador com 18 gols.

Um comentário:

  1. Parabéns amigo, pelo blog. Excelente. Também faço pesquisas sobre futebol na região de Passo Fundo...

    ResponderExcluir