terça-feira, 23 de junho de 2015

O Nacional, de Cortado


1982. Ano em que o Brasil ainda seguia sob o regime militar, com o comando de João Figueiredo, mas já começava a trilhar os primeiros passos rumo à democracia. Ano da Copa do Mundo na Espanha, em que a Seleção Brasileira, comandada por Telê Santana, encantava o mundo, mas acabaria derrotada pela Itália, naquela que ficou conhecida como a tragédia de Sarriá – nome do antigo estádio (já demolido), da cidade de Barcelona. Nesse mesmo ano, a paixão pelo futebol também encantava o agricultor Arthur Arreal, de Novo Cabrais, que decidiu fundar um time de futebol para incentivar os filhos na prática do esporte. Era aí que começava a surgir o Esporte Clube Nacional, de Cortado.
Marlene Arreal, esposa de Arthur, e o filho, Gilson Arreal, 27 anos, contam que José Mauro de Arreal e Telmo Bernardi também auxiliaram na organização do time. O campo, existente até hoje, fica na propriedade da família. O filho conta que antigamente o time disputava amistosos e torneios na região e participou dos primeiros campeonatos no município de Paraíso do Sul. "O pai tinha uma camionete D10 que ele colocava uma lona e dois bancos na carroceria. Com qualquer tempo, eles jogavam torneios aos fins de semana pela região", conta Gilson. Na época, os principais torneios de futebol de campo eram disputados nos campos do Santo Oswaldo, em Rodeio do Herval, Cerro Branco, e no campo da Sociedade, em Paraíso do Sul.
Uma das primeiras formações do Nacional teve Silvério, Telmo, Jovane, Jota, Dileno, Sebinho, Mico, Mauro, Morais e Rudinei. Também integravam o time Ademar, Lauro, João Luis Arreal, Sandro, Délio, Muçum, Rafael, Neri, Sabino, Renê, Clóvis, João Henrique, Bugre, Jarbas, Zé Ratão e Valmo, comandados por Arthur Arreal. "Eu atendia na Copa e uma vez o Arthur me pediu para fazer batata-frita para vender ao time visitante que disputava um amistoso. Na época, eu não sabia o que era batata-frita. Na corrida, fritamos umas batatas na panela de ferro, sem uso de banha. Se o pessoal gostou, eu não sei, mas comeram tudo", recorda Marlene.
CONQUISTAS - Foi a partir da segunda geração que o Nacional começou a obter títulos expressivos no esporte. Conforme Gilson, em 2003, o seu irmão, Jonas Arreal, assumiu a organização da equipe. "Neste período passamos a investir e a buscar jogadores para as competições. O Jonas estava estudando em Santa Maria e trouxe muitos atletas na amizade, pois custeávamos apenas as despesas", conta ele.
O resultado dentro de campo foram as conquistas do Municipal de Futsal de Novo Cabrais, na categoria principal, em 2003, 2004, 2006 e 2007 e um na categoria B, em 2005. No Futebol Sete, a equipe venceu nas categorias A e B, em 2005; na categoria A, em 2006; e na categoria B, em 2007. No futebol de campo, o Nacional foi o primeiro campeão municipal da categoria  B, em 2013, e campeão do intermunicipal com Cerro Branco, em 2014, também na categoria B. A agremiação ainda se destacou na bocha, obtendo várias conquistas municipais.
No auge das conquistas, Arthur Arreal faleceu em 2006, com 70 anos. "Ele morreu na véspera da final do futebol sete. Jogamos aquela final com uma faixa de luto em homenagem a ele", lembra o filho. Em lembrança ao fundador, o atual campo do Nacional se chama atualmente Praça de Esportes Arthur Arreal. "Ele era um apaixonado pelo esporte e deixou um legado que vamos levar para sempre", finaliza o filho.




Um das primeiras formações: Mauro, Sabino, Muçum, Jerônimo, Abel, Renê e Lauro.
Agachados: Vilmar, Lino, Valmo, Ceniro e Clóvis 



Nacional realizava amistosos em Cortado, no interior de Novo Cabrais



Arthur Arreal, o fundador do Nacional



Gilson Arreal mostra a galeria de troféus conquistada pela equipe nas competições

Nacional foi campeão intermunicipal de campo - cat B entre Novo Cabrais e Cerro Branco no ano de 2014




Nenhum comentário:

Postar um comentário