terça-feira, 28 de junho de 2011

Há 50 anos, candelariense fez história no futsal







Antes do surgimento do futebol de salão em Candelária, um jovem de 24 anos, oriundo da Terra do Botucaraí, já marcava para sempre o seu nome na história da modalidade. Em 1958, Guido Arthur Schilling goleiro reserva do Sport Club Corinthians, de Santa Cruz do Sul, que naquele ano se consagrou campeão do primeiro Campeonato Estadual de Futebol de Salão, organizado pela federação gaúcha. Segundo Rolf Ernesto Neumann, mais conhecido como Xaxá, jogador do Corinthians na época, o título foi conquistado após a equipe santa-cruzense, que sediou a fase final, ter obtido três vitórias no quadrangular decisivo. A equipe tricolor derrotou o Rio Grande (Rio Grande), Gaúcho (Porto Alegre) e Sete de Setembro (Alegrete). Guido tinha o apelido de “Candelária” e era uma pessoa que fazia de tudo. “Na época do estadual, o Candelária trabalhava de estufador, marceneiro e como garçom no restaurante do Hotel do Comércio, além de ser o goleiro reserva da equipe durante o campeonato”, relatou. Sobre o candelariense, Xaxá contou que quando o departamento de futsal do Corinthians foi criado em 1957, Guido foi o primeiro goleiro da equipe. “Ele era bom goleiro e muito corajoso”, recorda-se. Devido a força da elite, que na época era apaixonada por basquete, o departamento de futsal do Corinthians acabou sendo fechado em 1962. Xaxá relatou que após ser o goleiro da equipe de futsal, Candelária foi massagista das equipes do Avenida, Associação Santa Cruz e Futebol Clube Santa Cruz. “Ele era um apaixonado pelo esporte e foi um profissional gabaritado na função de massagista”.
VIDA – Guido Arthur Schilling nasceu em 5 de outubro de 1934, filho de Arthur Guilherme Schilling e Amanda Baierle Schilling. Aos nove anos de idade sofre com o falecimento da mãe. Por alguns anos, Guido morou com os tios, trabalhando por um curto período como agricultor na localidade de Rebentona. Aos 13 anos, ele volta à cidade para aprender uma profissão, passando a trabalhar durante o dia na estofaria de Alfredo Ruffle, localizada na Rua Andrade Neves e como porteiro a noite no Hotel dos Viajantes. Com 16 anos, Guido passou a trabalhar na estofaria de Victorino Clemente da Silva, localizado na Rua Gaspar Silveira Martins, no Rincão Comprido. Com 20 anos, Guido se muda para Santa Cruz do Sul e passa a trabalhar como marceneiro, garçom e massagista de futebol. Após se aposentar, passou a viver com a esposa Adelaide Lopes de Moraes, sendo proprietário de um motel, próximo ao trevo de acesso a Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul. Nos últimos tempos, Candelária já estava divorciado e vivia em uma pequena chácara, em Santa Cruz do Sul. Faleceu no dia 23 de março de 2005, com 70 anos de idade. O relato sobre a vida de Candelária foi feita por seu sobrinho, Jorge Luiz Schilling. Segundo Jorge, o seu tio tinha uma personalidade fora do comum. “Tio Guido era uma pessoa prestativa, bondosa e sempre procurava ajudar o próximo.”, disse. Em Candelária, Guido não fez carreira esportiva, mas participava de partidas amistosas com os amigos. Este foi Guido Schilling, o “Candelária”, um ilustre candelariense que escreve mais uma bela página na história do futsal candelariense e estadual.

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