quarta-feira, 22 de junho de 2011

Juventude - parte 3




Grêmio Esportivo Juventude - parte 3

Com a conquista do vice-estadual amador em 1958, o Juventude passou a ser conhecido e respeitado por onde passava. Nos anos 60, a terceira geração do clube continuou trilhando a história da equipe na disputa do Campeonato Estadual de Futebol Amador. O aposentado Itabajara Wernz, hoje com 63 anos, lembra das façanhas do Juventude nos confrontos dos estaduais de futebol amador, mais precisamente em 1963 e 1966.
Naquela época, o estadual de amadores era dividido em séries. Entre 1959 e 1970 cinco equipes eram consideradas as campeãs do Estado. Em 63, conta Itabajara, o Juventude chegou perto de conquistar uma das séries em disputa. O aposentado lembra que na primeira fase o time disputou a classificação da região centro com as equipes do Atlético (Sobradinho), Fluminense e Farroupilha, ambos de Arroio do Tigre. Os candelarienses foram os campeões da região Centro e avançaram para a segunda fase, quando enfrentaram o Taquariense. Nos dois jogos, o Juventude venceu o time de Taquari por 2x1 e 1x0, se classificando para as quartas de final da série verde, na qual enfrentou o Operário, de Rio Pardo, vencendo os rio-pardenses por 1x0 e 3x0. Nas semifinais, enfrentou o Cruzeiro, de Venâncio Aires, com quem empatou em 0x0 na "capital do chimarrão". Já a segunda partida foi vencida por 1x0 em Candelária. Na final da série verde, o Juventude enfrentou o Juventus, de Barra do Ribeiro.
O primeiro jogo foi disputado em Barra do Ribeiro e a decisão novamente em Candelária. O ex-ponteiro direito da equipe candelariense lembra de um fato que pode ter sido determinante para a derrota dos candelarienses na decisão. "Um dia antes do primeiro jogo estávamos todos no hotel e fomos jantar. No dia seguinte, mais da metade dos nossos jogadores titulares tiveram problemas estomacais e não puderam disputar a partida. Tivemos que escalar um outro time para enfrentar o Barra do Ribeiro, que possuía um plantel forte com os reservas do Internacional", conta. A primeira partida, o Juventus (Barra do Ribeiro) venceu por 4x1. Já a segunda, realizada em Candelária, ficou empatada em 0x0. Com isso, a equipe de Barra do Ribeiro foi campeã da série verde. O time do Juventude naquele ano foi formado com Bugrinho, Ruby Schneider, Lê Martin, Paulo Coimbra e Geno. Telmo da Silva, Gilberto Schünke e Marino. Pedrolino, Iá e Itabajara. O técnico era Carlos Larger. Também fizeram parte Ruy Kellermann, Paulo Costa, Ery Matana, Mico, Limeira, entre outros.

Vitória sobre o Santa Cruz em amistoso festivo
Em 1966, o Juventude voltou a ter soberania na região central, onde enfrentou Atlético (Sobradinho), Fluminense (Arroio do Tigre), Farroupilha (Arroio do Tigre), Brasil (Júlio de Castilhos), Taquariense (Taquari), Operário (Rio Pardo), Cruzeiro (Venâncio Aires), Náutico (Cachoeira do Sul) e Encantado. Na final da região Centro, enfrentou o Fluminense, em Arroio do Tigre, e venceu por 1x0 (gol de Itabajara). Depois da partida, a delegação foi recebida com festa e desfile pelas principais ruas de Candelária. "Naquela época, ir a Sobradinho e Arroio do Tigre era uma jornada. Chegamos em Candelária próximo da meia noite e fomos recebidos com festa pela comunidade", revela. Na fase seguinte, os candelarienses disputaram jogo único, realizado em Cachoeira do Sul, contra o Aimoré, de Caçapava do Sul, mas foram eliminados por 1x0. "O nosso time treinava às terças e quintas e concentrava antes dos jogos; tínhamos um regime profissional", ressalta Itabajara. Para a disputa do estadual, o Juventude tinha 24 jogadores. Uma curiosidade: nos dias de treino os atletas que trabalhavam no comércio eram liberados às 16h. A parte física era comandada pelo tenente Campos e a médica pelo Dr. Ruy Kasburg.

AMISTOSO - No dia 7 de julho de 1966, em comemoração ao aniversário de Candelária, o Juventude realizou um amistoso festivo contra o Futebol Clube Santa Cruz, que naquela época já disputava os campeonatos profissionais. O jogo marcou a inauguração do novo uniforme do Juventude. Naquele ano, o gerente do Sulbancos e ex-goleiro do Avenida, Limeira Losekann, era o presidente do Juventude e seu filho, Marcos Losekann, o mascote da equipe. Detalhe: hoje Marcos é correspondente internacional da TV Globo, em Londres, na Inglaterra. No amistoso, o Juventude venceu o Santa Cruz por 1x0 - vitória que foi muito comemorada por se tratar de um feito contra uma equipe profissional. Em 1967, o agricultor e vice-presidente do Juventude, Danilo Grehs, construiu por conta própria o muro do estádio Darcy Martin que existe até hoje, ao lado da rua Borges de Medeiros, aos fundos da Cagigo. Com autorização do presidente, Olímpio Schmachtenberg, o "Cabelinho", Danilo trouxe tratores e funcionários para executar a obra, que levou quase um ano para ser concluída.

Nenhum comentário:

Postar um comentário