quarta-feira, 22 de junho de 2011

Juventude - parte 4






Grêmio Esportivo Juventude - parte 4

Conhecido em todo Estado, o Grêmio Esportivo Juventude continuou a trilhar sua história nos recantos do Rio Grande do Sul em meados dos anos 70. Nesta época, o alvi-rubro seguia na disputa do Campeonato Estadual de Amadores, que a partir de 1971 mudou o formato, sendo disputado em classificatórias regionais até as fases de mata-mata, nas quais eram conhecidos os campeões. Na história do Estadual de Amadores, o 15 de Novembro, de Campo Bom, é o maior vencedor com 14 títulos. Em 1975, o Juventude realizou a melhor campanha daquela década.
De acordo com o ex-centro-médio do Juventude, Ery Matana, 62 anos, em 1972, os candelarienses fizeram uma grande campanha e, numa das chaves, disputaram com Mauá (Cachoeira do Sul), Cruzeiro (Venâncio Aires) e Teresa (Vera Cruz), sendo campeões da chave. Depois, o time eliminou o Aimoré (Caçapava do Sul), São Sepé e Figueira. A equipe só foi eliminada pelo Juventus, de Encruzilhada do Sul. "Naquela época eram grandes jogos, com grandes equipes aqui na região", recorda.

CLÁSSICOS - A partir de 1974, com o ingresso do Minuano nas disputas do Estadual de Amadores, Candelária passou a ter seu primeiro clássico valendo pela competição. O agente fiscal do Tesouro do Estado, Valdemar Enar Schwantz, o Maia, hoje com 54 anos, jogou pelas duas equipes e lembra dos grandes confrontos entre Juventude e Minuano disputados em 1975. "No primeiro jogo, vitória do Juventude 1x0. Na partida válida pelo returno, vitória do Minuano por 2x1. Após este jogo, o pessoal do Minuano realizou uma grande festa pela cidade, com direito a desfile e foguetório", revela. Os clássicos entre os rivais foram disputados nos anos de 74, 75, 77, 85, 86 e 87. Na década de 80 também estão registrados os duelos com o Olarias, da Linha do Rio, que igualmente participou dos estaduais de 86, 87 e 90.
Nos anos 80, o Juventude ainda participou do Estadual Adulto, mas saiu nas fases eliminatórias do início da década e na 1ª fase dos anos de 86 e 87.


Ery na seleção?
Em 1970, uma brincadeira de amigos tornou o meia Ery Matana, do Juventude, conhecido em todo o Brasil. Maia conta que na época, um pouco antes da copa do mundo de 70, no México, ele estava acompanhando uma partida do Juventude em Candelária pelo estadual atrás de uma das goleiras quando Ery, que jogava com a camisa 10, marcou um bonito gol da intermediária em uma cobrança de falta. "Aquele lance me deu a ideia de encaminhar uma carta para a Seção do Leitor da revista Placar. Com a ajuda de um amigo, escrevi o texto pedindo a convocação do Ery para a seleção brasileira que iria disputar a copa do mundo", conta. No mês de maio, a carta foi publicada na revista com a seguinte frase "Por que o médio apoiador Ery, do Juventude de Candelária, RS, não foi convocado para a seleção brasileira?".
Na edição da revista, publicada no dia 26 de junho de 1970, o leitor Carlos Cipriano, de São José dos Campos - SP, escreveu na mesma Seção que era o "cúmulo da ignorância" alguém de Candelária pedir a convocação do Ery, sendo que apenas em sua terra ele era conhecido. Para ilustrar o fato, a revista criou uma charge do jogador, gerando uma grande repercussão. Maia lembra que ao ver a revista, na época, Ery não gostou da brincadeira.
40 anos depois, aos risos, Ery lembra do episódio que o tornou conhecido no Brasil. Ele lembra que "Tesoura", um caminhoneiro, amigo seu, estava no Rio de Janeiro fazendo uma entrega de arroz, quando alguns amigos dele mostraram a revista e perguntaram a ele quem era o Ery. "O 'Tesoura' me trouxe a Placar e me mostrou a charge. Eu achei aquilo um deboche e fiquei bem chateado, mas depois entrei na brincadeira", conta.
Maia lembra que aquele fato gerou grande repercussão na cidade. "Todo mundo foi na banca comprar a Placar para ver a charge do Ery. A procura foi tanta, que chegou a faltar revista", destaca. Entre 74 e 77, Ery Matana chegou a atuar no futebol profissional, jogando no interior do Paraná. O candelariense atuou por Oeste, Palotina, Cascavel, Toledo e Grêmio Maringá.
Em 1977, quando atuava pelo Grêmio, meia candelariense esteve no município numa das suas folgas e no dia 7 de julho, aniversário de Candelária, disputou um amistoso pelo Juventude contra o Avenida. Nesta partida, ele machucou o joelho direito e rompeu dois meniscos. Em virtude da lesão, o Maringá lhe dispensou. Naquele ano, o time de Ery foi campeão paranaense da primeira divisão ao derrotar o Pinheiros (atual Paraná Clube) em Curitiba, por 1x0.
Depois de um ano parado, Ery voltou a jogar pelas equipes amadoras de Candelária.

Juvenil do Ju entre os melhores do Estado
Nos anos 80, em duas oportunidades, os juvenis do Juventude figuraram entre as melhores equipes do Estado. A categoria surgiu em 1981, por idealização de Cláudio Grehs, o Maneco, na época presidente do clube. O treinador daquele time foi o professor de Educação Física, Rui Goelzer, que lembra com saudade daquela época. Conforme ele, os treinos eram realizados duas vezes por semana, sempre no fim da tarde. A equipe disputou jogos em Getúlio Vargas, Vacaria, Itaqui, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, entre outros. Depois de vários jogos e viagens, os candelarienses se classificaram para o hexagonal final do estadual e enfrentou Grêmio, Inter, Brasil (Vacaria), Novo Hamburgo e Ibirubá. O time finalizou a competição em quarto lugar. Astor Ellwanger, o "Abacate", lembra de uma história no confronto entre Juventude x Itaqui. Os dois jogos haviam terminado com vitórias de 1x0 para cada equipe. A vaga, então, foi decidida por sorteio na Federação Gaúcha de Futebol e o Juventude se classificou na moeda para a disputa do hexagonal final, eliminando Itaqui. O time finalizou em quarto lugar tendo em sua formação Tigre, Zeiro, Valdir, Sebinho, Paulo, Lalinho, Miguel Inácio, Poio, Zeca, Dóia, Assombração, Careca, Sidinei, Zito, entre outros.
Em 1987, o Juventude voltou a figurar entre os quatro melhores do Estado. Também se classificou ao quadrangular final novamente por sorteio na Federação Gaúcha de Futebol, eliminando o Uruguaiana na moeda após dois empates por 1x1. A equipe foi comandada por Renato Müller e enfrentou Inter, Grêmio e Novo Hamburgo, finalizando na quarta colocação. O time contou com Pastel, Tech, Ivã, Itamar, Arno, Hilário, Gildomar, Jair, Mauro, Arlei, Gilson, Nereu, Juliano, Delmar, Gilvan, Tesche, Luciano, Remi, entre outros.

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