quarta-feira, 22 de junho de 2011

Juventude - parte 2








Grêmio Esportivo Juventude - parte 2

Década de 50. O Juventude começava a trilhar a sua história no futebol em nível estadual. No início da década, mais precisamente nos anos de 1951 e 1952, o Juventude sagrou-se bi-campeão invicto da zona central. Em reportagem à Folha de Candelária na edição do dia 18 de março de 1994, ano em que o Juventude completou 50 anos, o ex-jogador Vilson Rosa de Oliveira, mais conhecido como "Fiscal da Carne", lembrou que o Juventude tinha um time imbatível que ficou dois anos sem perder para clubes de Santa Cruz, Cachoeira do Sul, Rio Pardo e outros na região. Após a conquista do bi da região central, Etti Ensslin lembra que o Juventude disputou a classificação com a equipe de Camaquã, campeão da região sul, para avançar as finais do estadual amador naquele ano. No primeiro jogo, em Candelária, o Juventude venceu. Na segunda partida, em Camaquã, vitória dos mandantes. A terceira e decisiva partida foi disputada em Porto Alegre, no antigo campo do Renner. Etti lembra o lance que originou a derrota do Juventude naquele histórico jogo. "Estávamos bem na partida e criando várias chances. Perto do fim, eu chutei uma bola da marca do pênalti e ela estourou no travessão. No contra-ataque, o Camaquã aproveitou e eles fizeram o gol que determinou a vitória deles por 1x0", conta. O time que sagrou-se bi-campeão da zona central foi formado com Cravete, Pé de Valsa, Duco Belo, Lilo, Carlos Larger, Adão Mença, Valdemar Gelsdorf, Sadi, Edgar Ensslin, Sanadiel, Vantuir, Ivo, Vilson Oliveira, Valtair e Amaro Mença.

Um clube atuante na sociedade
Nos anos 50, o Grêmio Esportivo Juventude também realizava festas e bailes e se consolidava como um dos clubes mais atuantes da comunidade candelariense. Em 1952, o clube escolheu a sua primeira rainha em um baile realizado na Escola Estadual Gastão Bragatti Lepage. Quem lembra desta história é a dona-de-casa Lorena Gründling, 77 anos, que entre 12 candidatas, foi escolhida como a primeira rainha da equipe. No domingo, em um desfile pela cidade, as soberanas do Juventude foram apresentadas para a comunidade. "Eu gostava muito de futebol e, junto com as minhas amigas, sempre acompanhávamos os jogos do Juventude aos finais de semana", lembra. A dona-de-casa salienta que durante a semana as meninas sempre se reuniam no Clube Rio Branco para jogar vôlei e conversar com os rapazes. "Era o lazer da época: jogar vôlei, ir ao cinema e acompanhar o Juventude aos domingos", finaliza.

O vice-estadual amador em 1958
1958. Um ano especial para o futebol brasileiro e candelariense. Um ano que marcou a conquista da primeira copa do mundo para o Brasil com a vitória sobre a Suécia por 5x2. Em Candelária, o Juventude fazia história ao chegar à final do Campeonato Estadual de Amadores daquele ano. Um dos poucos remanescentes daquele time são os aposentados Delmar Carvalho, 77 anos, e Ruby Schneider, 72 anos. Os dois lembram que a equipe disputou vários jogos pelo interior do estado. "Na época, a federação disponibilizava um vagão de trem para as equipes participantes do estadual. Pegávamos o trem no Bexiga e viajávamos pelo interior", lembram. Em 58, o Juventude disputou a série prata do estadual de amadores. Delmar lembra que o Juventude eliminou o Guarani de Venâncio Aires e Rio Pardo na primeira fase. Nas fases seguintes, os candelarienses eliminaram Taquariense, Encantado e Passo Fundo e se classificaram para o triangular final da série prata com Itaqui e Antônio Prado. Em Itaqui, Delmar e Ruby se recordam que o Juventude venceu o Itaqui por 3x1. Jogando no Estádio Darcy Martin, a equipe candelariense goleou o Antônio Prado por 5x0, sagrando-se campeão da série prata.

FINAL - Com o título, o Juventude decidiu o estadual de futebol amador de 58 com o Quaraí, que havia conquistado o título da série ouro. Schneider lembra que novamente o Juventude se deslocou de trem até Quaraí, localizado na fronteira com o Uruguai, para disputar o primeiro jogo da final. Nesta partida, a equipe candelariense acabou sendo derrotada por 4x1. A decisão do título estadual amador foi disputada no Estádio Darcy Martin, em Candelária. O Juventude precisava vencer para forçar o terceiro jogo e o Quaraí jogava pelo empate. Com uma equipe bem postada na marcação, o Quaraí conseguiu segurar o empate em 1x1, que consolidou o título estadual para o time da fronteira. "Jogamos os 90 minutos na área deles e não conseguimos fazer o gol", recorda Delmar. O time do Juventude, vice-campeão estadual em 58, foi formado com Bugrinho, Irineu, Adão Mença, Carlos Larger e Ruby Schneider. Vilson, Sadi e Delmar. Nairo, Pelego e Neri. Após as finais, o Quaraí contratou o zagueiro Carlos Larger e os meias Sadi e Delmar, que atuaram por um ano na equipe da fronteira.

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